Em março de 2024, o mangaká Akira Toriyama morreu e deixou os fãs da sua obra-prima, Dragon Ball, órfãos do seu trabalho de sucesso. Por coincidência, estava em preparação um jogo de outra de suas criações: Sand Land.
Desenvolvido pela ILCA e publicado pela Bandai Namco, o game é baseado no mangá com o mesmo nome, criado por Akira em 2000. Quer saber do que ele se trata e quais são os seus destaques? O TudoCelular testou e mostra para você, nesta análise completa.
Histria
A história se mantém fiel ao mangá e é baseada em um cenário pós-guerra, no qual os habitantes ficaram praticamente sem acesso à água. Nestas condições, o pouco do recurso restante terminou nas mãos de um Rei opressor.
Dentro desse contexto, o príncipe dos demônios, Beelzebub, terá o protagonismo de roubar água para dar a quem necessita e mais sofre em meio ao mundo desértico e sem esperanças.
Até que surge um xerife humano, com o nome Rao, que sonha em achar um oásis lendário supostamente existente na região sul do deserto. Ele se junta ao personagem principal e o seu amigo Thief em busca desse local. O grupo ainda passa a contar com Ann pouco depois
Caso descubram onde fica o lugar, os habitantes poderiam superar aquele ambiente de seca extrema e sair do controle do Rei. Contudo, para isso, a força da raça dos demônios será essencial na batalha contra os inimigos.
Como uma boa obra de Toriyama, a história é o ponto principal do game, visto que você terá tanto os momentos de maior ação, quanto aqueles alívios cômicos típicos das criações do saudoso mangaká. Ainda que em um contexto bem distinto do visto em Dragon Ball.
Outra curiosidade está no pai de Beelzebub, Lucifer. Ele tem o visual de ninguém menos que Dabura, o demônio controlado por Babidi em Dragon Ball. Há apenas algumas pequenas diferenças visuais, como mudanças no formato das orelhas e a ausência dos chifres.
Vale destacar que o game possui localização em português. Isso significa que você vai encontrar tanto os menus quanto as legendas no idioma do Brasil, algo importante para ampliar o entendimento do público local.
Jogabilidade
Se a história é o ponto forte deste game, a jogabilidade, por sua vez, pode ser considerada o ponto fraco. Após a introdução da história, o jogo tem sequência como um RPG de ação, no qual você possui missões e objetivos para cumprir e precisa enfrentar inimigos ou caminhar por cenários para isso.
O problema é que você sente falta de uma maior profundidade. O personagem conta com golpes fracos, fortes e especiais, que podem ser desferidos em botões distintos, com combos pré-definidos. Há ainda uma árvore de habilidades liberada conforme o progresso, para melhorar os ataques.
Os combates em si não oferecem grandes dificuldades na jogatina. As ações possuem pouca complexidade, o que permite curtir sem grandes problemas para aprender os movimentos. Em alguns momentos, você também se verá dirigindo tanques ou controlando robõs até chegar no objetivo.
Mesmo assim, no geral, você terá uma jogabilidade similar em todos os momentos. Algo que, depois de um tempo, pode se tornar repetitivo ao jogador, sem que as possibilidades de personalização mudem a percepção.
Grficos e trilha sonora
A parte gráfica é satisfatória neste jogo. Você terá uma série de cutscenes para contextualizar a história, com os personagens feitos com traços de animações japonesas. Muitas vezes, você pode se imaginar assistindo a um anime do que propriamente a uma cena de um game.
Isso contribui para tornar cada personagem carismático. As expressões cativam, além de cada personalidade ser bem construída e compreendida pelo gamer. Típico de uma história baseada em mangá.
Os cenários mantêm a beleza dos personagens. Os elementos estão bem representados e desenhados em cada momento. Também sentimos uma boa fluidez em geral e não vimos qualquer erro gráfico ao longo do jogo.
Na trilha sonora, a predominância é sempre de músicas lentas e intermitentes. Isso ajuda a dar um tom “desértico” no áudio, a fim de combinar com a ambientação em meio a uma seca. Os efeitos estão bem encaixados e contribuem na imersão do jogador.
O título possui dois idiomas de dublagem: inglês e japonês. Para ter uma experiência mais típica de anime, recomendamos escolher a segunda. Mas também vale destacar a ausência da língua portuguesa, visto que há uma grande popularidade de animações japonesas dubladas no país, além do fato de ampliar a identificação com o público local.
Consideraes finais
O jogo baseado na obra de Akira Toriyama ressalta justamente o trabalho do saudoso artista japonês. Isso porque o forte do game está justamente na atuação direta do famoso criador de Dragon Ball, que é a história.
Os personagens são carismáticos, enquanto a trama se desenvolve com toques característicos de Toiyama: os momentos de ação misturados com descontração. Sem falar nos traços típicos de anime, os quais dão toda a beleza visual ao jogo.
Isso tudo poderia ser amarrado com uma mecânica divertida e que favorecesse uma jogatina de horas. Mas o caminho da desenvolvedora foi por algo pouco profundo e um tanto repetitivo. Algo que se difere, por exemplo, dos próprios games de Dragon Ball, que costumam ser bem variados em modos de jogo, combos e outros elementos de diversão prolongada.
Mesmo assim, temos aqui principalmente um produto que o destino reservou ser uma celebração da obra de seu falecido criador. Algo que torna Sand Land uma boa homenagem a um dos principais artistas da história.
Sand Land está previsto para ser lançado no dia 26 de abril, para as plataformas PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S e PC – via Steam. Os valores na pré-venda partem de R$ 242,50, para computadores, e R$ 299,90, nos consoles.
Quais foram as suas impressões sobre o game baseado no mangá de Akira Toriyama? Interaja conosco!
*Agradecemos a assessoria da Bandai Namco por ceder o acesso antecipado do jogo ao TudoCelular para esta análise!
Histria que mistura ao e diverso, tpica de Akira Toriyama.
Jogabilidade deixa a desejar por ser repetitiva e pouco profunda.
Grficos no estilo anime, com personagens carismticos e cenrios bonitos.
Trilha sonora contribui na ambientao, mas podia ter dublagem em PT-BR.
Imerso acaba comprometida pela mecnica do jogo.
Jogo agradvel que homenageia a obra de Akira Toriyama