Embora o Spotify seja o aplicativo de streaming de música mais popular do mundo, não significa que ele vale a pena para qualquer pessoa. No meu caso, após testar todos os serviços de streaming disponíveis no Brasil ao mesmo tempo, notei que o Spotify não faria falta e por isso digo que pode valer a pena cancelar sua assinatura.
Spotify vale a pena atualmente? Eu o cancelaria e aqui está o porquê
Os motivos que me fizeram chegar à conclusão de que vale a pena cancelar o Spotify são diversos e os explicarei para que você tente entendê-los. O objetivo é trazer uma reflexão sobre o que é oferecido no mercado de streaming de música atualmente, mostrando que houve diversas mudanças ao longo dos anos nos serviços oferecidos.
Interface semelhante no celular
Se você instalar hoje todos os aplicativos de streaming que estão disponíveis para assinar no Brasil, irá perceber diversos elementos semelhantes na interface de usuário. Eu cheguei a comparar a tela inicial, a página da biblioteca e a tela de reprodução de músicas através de capturas de tela e notei que a maior diferença está nos botões da tela de reprodução e no mecanismo de pesquisa da biblioteca de faixas, álbuns, playlists e artistas salvos.
No geral, a experiência de uso dos apps de streaming de música não tem deixado a dever na maioria das vezes ao utilizá-los em um smartphone, com exceção do Amazon Music, que não é tão fluido quanto os outros. Considerando que majoritariamente utilizo o meu celular ou um DAP (Digital Audio Player) com Android para ouvir música, não há vantagens em utilizar o Spotify em termos de interface e fluidez.
Recomendações de músicas não é um diferencial
Embora muitos ainda falem que o Spotify faz boas recomendações de músicas, eu discordo desta opinião. Após utilizar todos os serviços de streaming de música que estão disponíveis no Brasil, cheguei à conclusão de que o aplicativo que melhor realiza esta função é o YouTube Music, como já comentei no artigo sobre os melhores serviços de streaming de música em 2023.
Além do YouTube Music, outro app que me conquistou nesse quesito foi o Qobuz com sua curadoria humana, que nada mais é que a seleção de músicas feita por pessoas. Descobri diversos artistas, bandas, orquestras e álbuns através das playlists montadas pela equipe de funcionários da empresa.
Biblioteca de músicas perdeu em variedade para outros serviços
O Spotify não é mais o serviço de streaming com maior variedade de músicas. O YouTube Music ocupou esse posto e o motivo é simples. Nele eu encontrei apresentações que não achei em nenhum outro aplicativo.
Ouvir músicas apresentadas ao vivo ou faixas que não são encontradas em álbuns oficiais são um dos benefícios proporcionados que percebi ao utilizar o YouTube Music. Isso se deve ao fato de que o aplicativo utiliza o áudio dos vídeos do YouTube, que são disponibilizados pelos usuários da plataforma.
Qualidade de som deixa a desejar comparado a outros aplicativos
Mesmo após configurar corretamente o aplicativo do Spotify, seja no celular ou no computador, senti que há diferenças em termos de qualidade de som ao ouvir meus álbuns favoritos, que se resumem aos gêneros musicais rock classico, jazz, blues e música classica, além de trilhas sonoras de filmes e séries. A meu ver, embora a maioria pense que isso tenha a ver com a resolução do arquivo de áudio, já que o serviço de streaming não transmite músicas sem perdas (lossless), o motivo disso é a falta de recursos para a transmissão em bit perfect [1].
Atualmente, só o Tidal, aplicativo focado na transmissão sem perdas de músicas, é capaz de oferecer o bit perfect em smartphones, tablets e PCs de forma nativa. No caso do aplicativo da Qobuz, maior concorrente do Tidal, embora no desktop isso seja possível, em celulares Android é necessário utilizar apps de terceiros como, por exemplo, o USB Audio Player Pro, como expliquei neste artigo.
[1] Bit Perfect é a transmissão do arquivo de áudio, sem alterações/influências do sistema operacional do dispositivo responsável pela reprodução da música.
Não há vantagem em termos de valores cobrados na assinatura
Hoje todos os serviços de streaming cobram no plano individual mensal R$ 21,90, com exceção do Deezer, que custa R$ 22,90 nas mesmas condições. Mesmo no plano família, há também uma homogeneidade, onde a maioria das plataformas cobram R$ 34,90, tirado o Qobuz e o Deezer, que cobram R$ 41,90 e R$39,90, respectivamente.
Serviço de streaming | Versão grátis | Plano Premium | Plano Hi-fi | Plano família |
Amazon Music Unlimited | Sim | R$ 21,90 | Incorporado ao Premium | R$ 34,90 |
Apple Music | Sim | R$ 21,90 | Incorporado ao Premium | R$ 34,90 |
Deezer | Sim | R$ 22,90 | Incorporado ao Premium | R$ 39,90 |
Spotify | Sim | R$ 21,90 | Não há ainda | R$ 34,90 |
Qobuz | Não | Não há | R$ 25,90 | R$ 41,90 |
Tidal | Não | R$ 21,90 (Hi-fi) | R$ 33,80 (Hi-fi Plus) | R$ 34,90 (Hi-fi)/R$ 50,70 (Hi-fi Plus) |
YouTube Music | Sim | R$ 21,90 | Não há | R$ 34,90 |
Mas e no suporte para multiplataformas?
Mesmo o Spotify estando presente em diversas plataformas, pois ele é o serviço de streaming de música mais popular do mundo, os dispositivos que utilizo se resumem a PCs Windows e smartphones Android, algo que todos os outros apps oferecem, incluindo o Apple Music, que já está presente no sistema operacional da Microsoft.
Porém, não há como negar que é interessante utilizar de vez em quando a TV para reproduzir músicas através de aplicativos de streaming. Como minha TV não é smart e consequentemente não possui aplicativos, acabei adquirindo o receptor/transmissor Bluetooth FiiO BTA30, que permite a transmissão do sinal de áudio sem fio do meu smartphone Asus Zenfone 9 para o BTA30, que está ligado a um mini system da Philips antigo via cabo RCA.
Caso você queira saber quais os aplicativos de streaming estão disponíveis nas smart TVs da Samsung (Tizen OS) e da LG (webOS), confira a tabela abaixo.
Sistema operacional | Amazon Music | Apple Music | Deezer | Qobuz | Spotify | Tidal | YouTube Music |
Tizen OS (Samsung) | Não | Sim | Sim | Não | Sim | Sim | Não |
webOS (LG) | Sim | Sim | Sim | Não | Sim | Sim | Não |