Busca do Google está sendo destruída pela ganância?

Busca do Google está sendo destruída pela ganância?


Em 2019, uma série de eventos internos no Google desencadeou uma crise que, segundo muitos, culminou na degradação da qualidade da Busca do Google.

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As acusações recaem sobre Prabhakar Raghavan, ex-chefe de anúncios da Google que, após uma manobra política, assumiu o comando da Busca do Google.

O jornalista Ed Zitron, que já trabalhou em veículos como Wall Street Journal, USAToday e TechCrunch, revelou em seu boletim informativo “Where’s Your Ed At” uma cadeia de emails que, segundo ele, evidencia a “ganância e a má gestão” que estão levando a Busca do Google ao declínio.

A reportagem começa relembrando o mês de fevereiro de 2019, quando a equipe de Busca do Google enfrentou um momento crítico: o crescimento da receita estava desacelerando.

Emails internos revelam que a alta gerência, liderada por Raghavan, pressionava a equipe para priorizar métricas de crescimento, mesmo que isso significasse comprometer a qualidade da busca.

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Ben Gomes

Ben Gomes, então chefe da Busca, resistiu a essas demandas, temendo impactos negativos na experiência do usuário. Um veterano do Google com quase 20 anos de experiência, era conhecido por sua dedicação à qualidade da pesquisa.

Ele defendia a ideia de que a Busca do Google deveria ser um produto confiável e útil para os usuários, mesmo que isso significasse abrir mão de alguns lucros.

Em meio à crise, Raghavan e sua equipe propuseram táticas para aumentar o engajamento dos usuários na Busca, a exemplo de aumentar o tempo de permanência na página.

Gomes, preocupado com o impacto negativo que essas mudanças poderiam ter na qualidade da pesquisa, resistiu à pressão da equipe de anúncios.

Ele argumentou que a Busca do Google deveria se concentrar em fornecer aos usuários a melhor experiência possível, mesmo que isso significasse abrir mão de alguns lucros no curto prazo.

Em emails, ele expressou sua preocupação com a “Economia da Podridão” que dominava a empresa, onde a busca por crescimento a qualquer custo levava à degradação dos produtos.

A ascensão de Raghavan e a queda da Busca do Google

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Prabhakar Raghavan

Apesar das resistências de Gomes, Raghavan e seus aliados conseguiram convencer a alta cúpula do Google de que suas táticas eram a solução para a crise.

Gomes foi afastado do cargo e Raghavan assumiu a liderança da Busca do Google em 2020.

O resultado dessas mudanças foi um declínio perceptível na qualidade da Busca do Google. Muitos usuários relataram um aumento no número de resultados irrelevantes, spam e anúncios.

Algumas das mudanças mais criticadas incluem:

  • Priorização do engajamento: A Busca do Google passou a priorizar o engajamento dos usuários, o que significa que os resultados da pesquisa são frequentemente otimizados para manter os usuários na plataforma por mais tempo. Isso pode levar à exibição de resultados de baixa qualidade ou irrelevantes.
  • Reversão de melhorias na qualidade: Algumas melhorias na qualidade da pesquisa que foram implementadas no passado foram revertidas sob a liderança de Raghavan. Isso pode ter sido feito para aumentar o engajamento dos usuários ou para gerar mais receita com anúncios.
  • Falta de transparência: A equipe de Busca do Google se tornou menos transparente sobre seus algoritmos e processos de decisão. Isso dificulta para os usuários entenderem como seus resultados de pesquisa são obtidos e torna mais difícil para eles fornecer feedback sobre a qualidade da pesquisa.

Prabhakar Raghavan foi o chefe de busca do Yahoo

A trajetória de Raghavan na Yahoo, onde ele liderou a equipe de busca antes de ingressar no Google, também suscita reflexões importantes.

Durante seu período na Yahoo, a busca da empresa enfrentou um declínio significativo, resultando na adoção da tecnologia de busca do Bing da Microsoft.

Quando Raghavan assumiu a posição na Yahoo, a empresa detinha uma participação de mercado de 30,4%, não muito distante dos 36,9% do Google e muito à frente dos 15,7% do MSN Search.

No entanto, até maio de 2012, a participação da Yahoo despencou para apenas 13,4%, enquanto a empresa encolhia consecutivamente por nove meses e era superada até mesmo pelo recém-lançado Bing.

O declínio da Yahoo sob a gestão de Raghavan foi marcado por uma série de demissões em massa, com quase 2.000 funcionários perdendo seus empregos em 2012, representando 14% da força de trabalho da empresa.

Em 2009, a Yahoo optou por licenciar a tecnologia de busca do Bing em um acordo de dez anos, um movimento que provavelmente precipitou o declínio geral da empresa, culminando em sua venda para a Verizon em 2017 por uma fração de seu valor anterior.

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